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Sexta-Feira 13: A Renúncia

13/05/2011

Pelo presente instrumento publicamente renuncio à 2ª. vice-presidência da Federação Paulista de Judô.

De forma bem prática com este meu ato relembro a todos que não há a necessidade de se ter qualquer tipo de cargo para prestar serviços ao esporte. Ao contrário, de maneira desprendida sei que estarei fazendo pelo judô tanto quanto ou talvez até mais do que faço hoje, independentemente de títulos.

A verdade é que nunca estive a vontade ocupando este posto eletivo. Já de início há anos no dia da minha primeira eleição minha atuação foi péssima na Assembléia Geral, e peço desculpas a todos por aqueles momentos. Depois, sempre visando um futuro melhor para o judô, fui aceitando e aceitando muitas e muitas situações com as quais não concordava e não concordo. Após muita reflexão, decidi dar um basta e me desligar deste quadro, até porque não tenho a mínima disposição de seguir os passos e encontrar o mesmo destino de quem lutou e luta pela conquista do poder a qualquer preço com os fins justificando os meios. Isto faz mal ao espírito, à alma, à saúde. Negativo.

Outro ponto é o de que é minha firme opinião que o judô nacional vive um bom momento, e não vejo com bons olhos o envolvimento do meu nome em qualquer ação que possa ferir este processo tão bacana.

Aproveito a oportunidade para novamente agradecer a comunidade do judô que buscou me ajudar de todas as formas possíveis na última eleição. Claro, não foram todos os que puderam ou quiseram, mas sei que a maioria dos judocas que me conhece não apenas votou, mas pediu votos para mim, e isto foi muito gratificante. Não vencemos mas lutamos com dignidade. Um super abraço aos atletas, aos técnicos, aos árbitros, às famílias do judô.

Agradeço também ao Aurélio Miguel o lançamento do meu nome e o apoio. E, pasmem, sou sincero em escrever que pouco me importa o que alguns fariseus vão dizer do que explico a seguir, mas nesta mensagem que é dirigida de forma mais específica ao judô, agradeço também a ação do Presidente da Federação Paulista de Jiu-Jitsu, prof. Otávio de Almeida, que como pessoa física foi um super amigo, um irmão de verdade na campanha, e fez o que não tinha e não tem obrigação de fazer, até porque não fui companheiro por anos e anos do prof. Otávio, não o defendi quando ninguém acreditava nele (ele sempre teve credibilidade), nunca o ajudei politicamente em nada, e nunca estive ao seu lado quando poucos estavam (sei que ele nunca esteve nesta situação). Ao contrário, havia me distanciado do prof. Otávio em certa ocasião e ele teria todos os motivos para me virar as costas, mas não o fez: me ajudou muito. Então, o sensei Otávio foi um presente de Deus para mim que compensou de longe alguma possível ausência de algum possível ingrato que um dia, talvez, tenha passado pelo meu caminho. O mestre Otávio é e será sempre o meu Presidente do coração, o meu Presidente com “P” maiúsculo.

No mais, perdôo sempre o mal que me fazem porque quero ser perdoado por Ele que tudo sabe e tudo vê, mas o fato de perdoar não implica em que eu tenha que ser conivente com o que não concordo.

Finalizo rememorando a todos que promoções e cargos são benesses que, por serem terrenas, levam muitos ao engano. Ou seja, faço votos que ninguém ao receber determinado certificado esqueça que o valor do mérito está justamente no reconhecimento livre de qualquer ato mercantilista (mercado de trocas, favores). Que ninguém caia nesta “gelada”, pois o preço vai ser cobrado nesta ou na outra vida, e é muito caro.

Sempre que chamado e que for possível estarei presente aos eventos pois, repito, deixo a diretoria mas não me afastei do judô.

Jesus abençoe a todos!!!

 

São Paulo, 13 de Maio de 2011

 

JOSÉ JANTÁLIA